O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, afirmou que o governo deve apresentar, até a próxima terça-feira, 12/8, o plano de contingência para apoiar os setores prejudicados pelas novas tarifas aplicadas pelos Estados Unidos. 

Segundo Alckmin, o documento já foi entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que dará a decisão final sobre as medidas. “Se não for anunciado nesta sexta, 8/8, será divulgado no início da semana”, adiantou o vice-presidente, ao conversar com a imprensa na saída do Mdic. 

A estratégia deve priorizar as áreas mais atingidas pela taxa de 50% determinada pelo governo de Donald Trump, utilizando critérios que considerem o peso das exportações para o mercado norte-americano dentro de cada segmento. “Há setores que exportam menos de 10% da produção, e outros em que metade ou mais vai para os Estados Unidos. Vamos calibrar o apoio de acordo com essa exposição”, explicou. 

Setores prejudicados 

O setor de calçados e o de couro estão entre os mais vulneráveis às novas regras. Estimativas da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam risco de perda de 8 mil a 20 mil postos de trabalho. Entre as propostas apresentadas pela entidade ao governo estão linhas de crédito, flexibilização de contratos de trabalho e ampliação do programa Reintegra, que devolve parte dos tributos pagos por exportadores. 

Alckmin também se reuniu com o encarregado de negócios da embaixada dos EUA, Gabriel Escobar, para expor a posição brasileira e defender a retomada do diálogo sobre a questão tarifária. “Queremos construir uma pauta de entendimento para superar um problema que não criamos”, disse.