DENÚNCIA
Simers denúncia possíveis irregularidades na gestão da Santa Casa
Simers/Divulgação imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - A direção do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul reuniu-se com médicos, gestores do Hospital Santa Casa na última semana
Entidade pediu ao MPRS e ao MPF que apure supostas irregularidades cometidas pela administração do Hospital Santa Casa, que incluem a destinação de recursos de emendas parlamentares e o uso de um poço artesiano
O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) fez um pedido formal de providências ao Ministério Público Estadual (MPRS) e ao Ministério Público Federal (MPF) em Uruguaiana, quanto a supostas irregularidades que vem sendo praticadas pela administração do Hospital Santa Casa de Uruguaiana. Atualmente, o HSCU está sob requisição administrativa da Prefeitura Municipal e é administrada pela enfermeira Thais Aramburu.
No documento, o Simers pede que sejam apuradas a suposta falta de clareza na alocação de recursos de emendas parlamentares, a ruptura de contrato com serviço de anestesiologia sem a devida transparência, manutenção do fechamento de 100 leitos e a possível utilização de água de poço artesiano para higienização pré-cirúrgica. Entre os itens, também é citado especificamente uma emenda de R$ 300 mil, de autoria do deputado federal Carlos Gomes, que seria destina a reforma da sala de recuperação do hospital, tendo em vista que até o momento só foi realizada pintura no local, e ainda a priorização de ações de expansão de atendimentos privados e por convênio, sem adequada transparência da origem dos recursos.
Os pedidos foram protocolados após reuniões entre a diretoria do Simers se reunir com médicos, gestores do HSCU e lideranças políticas, em Uruguaiana, na última quinta-feira, 8/8.
O presidente do Simers, Marcos Rovinski, ressaltou a seriedade das denúncias recebidas. "É inaceitável que recursos destinados à saúde não tenham clareza quanto à aplicação. As emendas parlamentares só podem ser utilizadas para as finalidades para as quais são destinadas. Nosso compromisso é garantir que cada centavo seja investido corretamente para beneficiar a população e garantir que os médicos tenham condições adequadas de trabalho", afirmou.
O vice-presidente, Fernando Uberti, destacou a importância de que os fatos denunciados sejam esclarecidos “Recebemos com extrema preocupação as denúncias que nos foram trazidas por médicos e lideranças da cidade.
Sabemos que a atual situação do hospital melhorou, do ponto de vista gerencial e de sustentabilidade financeira, mas os fatos que nos foram trazidos simbolizam dificuldades importantes na transparência quanto ao recebimento e aplicação de recursos, e no padrão de relação entre hospital e médicos”, enfatizou Uberti.
Diante das denúncias, o diretor de Interior do Simers, Luiz Alberto Grossi, questiona a falta de transparência da gestão da casa de saúde ao romper o contrato de anestesiologia do hospital. "Na atual gestão do Sindicato temos trabalhado para garantir que os médicos não sejam cerceados pelos gestores hospitalares. O que ouvimos aqui em Uruguaiana nos preocupa no sentido de que um serviço que funcionou por 40 anos seja subitamente cancelado, sem a devida explicação", declarou Grossi.
O que diz a Santa Casa
A gestora da Santa Casa, enfermeira Thais Aramburu, diz que anualmente o hospital recebe em torno de R$ 5 milhões em emendas parlamentares e que os gabinetes de origem são informados quanto aos investimentos, que sempre são realizados em prol de melhorias para os pacientes através de manutenção dos atendimentos. Para ela, as denúncias são “uma represália por parte do médico proprietário da empresa cujo contrato foi reincidido”. “Era preciso dar um basta.
Tivemos situações em que os médicos ligavam para o anestesista e não eram atendidos, assim, pacientes ficavam por horas aguardando cirurgias. Isso acontecia inclusive na maternidade, onde gestantes que precisavam passar por cesárias, eram obrigadas a aguardar por horas”, alega Thais.
Conforme ela, a o hospital está à disposição dos Ministérios Público Federal e Estadual para os devidos esclarecimentos. “Trabalhamos de maneira transparente, enfrentando dificuldades diárias para continuar salvando vidas”, finaliza.
Procurado pela redação, o médico citado pela gestora, Oscar Blanco, disse que a denúncia foi feita pelo Simers e que há outros médicos inconformados.
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