safra recorde
Brasil bate recorde histórico de exportação de soja

Reprodução/Gettyimages - A China é o principal destino, absorvendo cerca de 80% das exportações, impulsionando o crescimento junto à safra recorde de 170 milhões de toneladas.
O Brasil acaba de atingir um novo marco nas exportações de soja. Entre janeiro e outubro deste ano, o país embarcou aproximadamente 102,2 milhões de toneladas do grão, superando o volume total exportado em 2023, quando havia registrado o recorde anterior. Os dados são da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), divulgados na quarta-feira, 8/10.
A marca expressiva reflete o ritmo acelerado das compras da China, que ampliou sua dependência da soja brasileira após reduzir drasticamente as importações vindas dos Estados Unidos, em meio às tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
De acordo com a Anec, a China respondeu por cerca de 93% dos embarques brasileiros em setembro, o que confirma sua posição como principal destino da oleaginosa. Em média, quase 80% da soja exportada pelo Brasil em 2025 teve como destino o mercado chinês, um avanço em relação à média de 74% registrada entre 2021 e 2024.
O movimento reflete não apenas a estratégia chinesa de garantir abastecimento em meio à disputa tarifária com Washington, mas também a colheita recorde obtida pelos produtores brasileiros neste ano, que ultrapassou 170 milhões de toneladas.
Recorde antecipado
Até o fim de outubro, o Brasil já havia superado os volumes registrados tanto em 2023 (101,3 milhões de toneladas) quanto em 2024 (97,3 milhões), quando a safra foi prejudicada por condições climáticas adversas.
Para o restante do ano, a Anec estima que mais 8 milhões de toneladas sejam exportadas entre novembro e dezembro, o que deve consolidar um novo recorde anual de 110 milhões de toneladas embarcadas.
“Os números reforçam a posição do Brasil como o maior produtor e exportador mundial de soja”, destacou a associação, que apontou ainda o crescimento das operações nos portos brasileiros em comparação com o mesmo período do ano passado.
Outros produtos e competição acirrada
O bom desempenho não se restringe à soja em grão. O milho brasileiro também mantém ritmo forte: as exportações devem atingir 30 milhões de toneladas até outubro, mantendo o país como segundo maior exportador global, atrás apenas dos Estados Unidos.
Já no caso do farelo de soja, os embarques projetados para este mês somam 1,92 milhão de toneladas, ligeiramente abaixo do volume de outubro de 2024. No acumulado do ano, o total exportado deve ultrapassar 19 milhões de toneladas.
Enquanto os embarques brasileiros crescem, agricultores norte-americanos vêm expressando preocupação. A Federação de Fazendeiros dos Estados Unidos (American Farm Bureau Federation) reconheceu nesta semana que o Brasil passou a dominar o fornecimento global da oleaginosa, reduzindo o espaço dos produtores dos EUA no mercado chinês.
Com a consolidação desse cenário, o Brasil reforça sua liderança nas exportações agrícolas, sustentado por uma safra recorde, logística mais eficiente e demanda externa em alta, especialmente do gigante asiático.
Deixe seu comentário